19 de dez. de 2007

À Espera

Estou intranquila. Mexeram-me de novo, esse balanço me enjoa as vezes.
Não é só a sensação de desconforto apertando a garganta ou a insensibilidade dos meus pés adormecidos.
Hoje chutei duas vezes quando o som estava alto demais e uma vez quando tocou a campainha.
Me bateu um nervoso, uma vontade de tremer. Essa expectativa está acabando comigo.
Quando será a hora? Será que eu não vejo a hora? Será que vou sair daqui um dia?
Não vejo luz há meses...
Primeiro a promessa de que tudo correria bem e a proteção que me ofereceram pareceram tentadores. Não pude recusar. Aceitei e hoje não consigo controlar minha ansiedade. Eu não gosto de condições mas, não posso deixar que elas rodeiem meus pensamentos se infiltrando em todas as possibilidades.
Eu só ouço pessoas passando, eu só escuto os passos e confesso que quando não ouço nada, ouço mais o medo batendo no meu peito e tirando minha respiração. Eu quero tremer. Eu ouço vozes abafadas e o calor. Esse calor intenso que vem em ondas e parece vir de fora pra dentro.
Não dá para gritar, essas paredes absorvem minha voz.
Eu posso contar, dormir e criar histórias para viver depois que sair daqui e é só. Eu só posso esperar para viver.

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