13 de mai. de 2009

Silêncio

Assim que tudo ficou diferente.
Sem peso andando comigo, sem buraco de umbigo que explicasse
Como surgiu a luz.
Sem papel fingido, sem palavras derretidas no ouvido
Só o silêncio sabe o que faz.

A hora era a mesma, o dia não.
Todos os dias, repetidas horas pulavam
Não queria não, não havia organização.
O pulso repete a mesma toada
O passo, o pedal, a calçada
O piso, a cabeça, a blusa suada

O cheiro do dia que muda
As mentiras que a gente arrota
As justiças que a mente acusa
Certo não. Não havia organização.
Mas qual o que se sem o peso
As costas vergam para trás
E metade das coisas responde
O que a outra metade desfaz

Sejam metades todas as ordens
Sejam inteiros todos os pesos
Na memória do dia diferente
Marco hoje não querer tudo
Pra ouvir o silêncio me soltar

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