26 de fev. de 2009

Cordel existencialista moderno

Mendigo previdente

Vai perdido na rua
Com julgamento aflito
Quem no estar se situa
No mais simples conflito
Que a calma repouse
No frasco restrito
A quem mais atua
Neste destrito

Caminhoneiro sonhador

Durmo solene em berço de ar
Na cama de nuvem a vagar
Ventos carregam-me pelo salão
Vejo surgindo o meu caminhão
Brilhando sublime com suas rodas ouro
Já estou sentindo seus bancos de couro
Pelo Brasil vou viajar
Se o sono não me levar

Bilheteira reflexiva

O dia catraca na bilheteria
A noite também, mas com brisa fria
Papel, papel de vento em vento
O metrô é um lamento
Quilômetras vezes meu coração
Quis parar numa estação
E sentir o momento
De passar somente um dia

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