A circunferência do crânio enorme eclipsava a luz do sol.
Estava sentada na calçada à toa, pensando em alguma coisa...Então, eis que a
enorme caixa craniana fez sua sombra sobre mim.Sua portadora despejava palavras que me trespassavam e
batiam no cimento. Eu não compreendia quantas ela dizia por segundo. Eu tentei
contar, mas de repente a minha cabeça ficou cheia, cheinha delas, aquelas
palavras.Eu já não mais conseguia ver o sol. Era um eclipse
total.
Fiz um círculo dentro da folha de papel, não queria nada mais redondo. Só
queria caber dentro dele. Queria circular.
Não consegui disfarçar hoje a vírgula que brota aqui. É um grande porém que
se embriona no centro das idéias. Mostrei a marca no rosto, embandeirada.
As pálpebras se estiram para cima enfim.
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